Ao longo de toda minha carreira política, dispus de muita alegria. Por onde andei, obtive muita receptividade e, sem dúvidas, tive o prazer de conhecer muitas pessoas. Dentre elas, no dia 18 de dezembro de 2007, recebi em meu gabinete, enquanto prefeito de Sinop, acompanhado de meu amigo Anderson Maciel, um jovem e arrojado cidadão chamado de MV Bill. Esse, que junto com seu colega, Celso Athayde, produziram o documentário "Falcão: Meninos do Tráfico", o qual teve como resultado os seguintes livros: "Falcão: Meninos do Tráfico" e "Falcão: Mulheres e o Tráfico".
Foi muito importante conhecer MV Bill e seus trabalhos! MV Bill é nascido no Rio de Janeiro, artista de dezenas de talentos, ganhou respeito internacional por seus trabalhos na inclusão social e combate às drogas e pobreza. Sua atuação não se limita ao setor cultural e artístico, ele também transita pela política e pelos movimentos negro e social.
Seu desempenho, nesses segmentos, o levou a receber o Prêmio Unesco" - categoria juventude; Prêmio de Direitos Humanos, concedido pelo Ministério da Justiça; Prêmio Cidadão do Mundo pela ONU; e o Prêmio Wladimir Herzog, do Sindicato de Jornalistas de São Paulo, e com os seus trabalhos supra citados, já faziam ecoar gritos de alerta sobre a veloz vascularização do Crack pelo Brasil até o ano de 2014.
Enquanto político e administrador de Sinop, sempre trabalhei para implantação, implementação e reestruturação de políticas públicas para juventude, aprimorei alternativas e mecanismos para prevenção e ressocialização de usuários e dependentes químicos, firmamos parcerias, e cito aqui o nobre MV Bill por recordar que em seu documentário ele, juntamente com Celso Athayde, já alertava aquilo que hoje é uma das mazelas que mais afeta a sociedade: o consumo excessivo do crack. O crack é a pior de todas as drogas.
Especialistas confirmam: já no primeiro "teste" pode deixar a pessoa viciada.
É necessário, além de um forte engajamento de toda sociedade no combate desse mal, o reforço de Políticas Públicas especificas para o combate do Tráfico de Drogas, principalmente no que se tange ao Crack. Esse, em específico, se faz necessário à criação de um programa próprio, singular, eficiente, tendo em vista que este vício tão agressivo com os usuários, familiares e amigos.
Reforço isso, porque nesses últimos dias intensifiquei minhas viagens dentro de Mato Grosso e, infelizmente, nessas idas e vindas, pude confirmar que fatos e ocasiões tristes fazem parte, cada vez mais, da realidade social em alguns pontos do nosso querido Estado. E como pai, homem e ser humano, tenho que chamar a atenção para que todos eduquem seus filhos desde os primeiros dias de vida, para que isso sirva de contribuição para que seus filhos e filhas não entrem no mal que tem deixado rastros de destruição em todo Estado: o USO DE DROGAS.
As drogas desconstituem a relação de humanidade entre as pessoas; não existe mais lógica humana entre os indivíduos que se relacionam com as drogas. Um bom exemplo disso nós encontramos, de forma clara, ao vermos notícias que relatam fatos onde o filho mata o pai, ou o pai mata o filho. Dessa forma, percebemos que as pessoas estão abrindo mão de seus amores por conta de sua sobrevivência dentro de um vício tão mortal.
O que vemos hoje já existe a um bom tempo, em uma menor proporção, dentro das periferias; mas agora atinge também outras classes sociais, e com alta voracidade. E diante deste lamentável cenário, entendo que a palavra de ordem agora é: "MOBILIZAR".
Temos que enfrentar usando toda MOBILIZAÇÃO possível da sociedade! A classe política precisa assumir esta batalha, além de reconhecer que a entrada de todos os tipos de drogas no meio social moderno mudou o paradigma de que apenas as classes menos favorecidas têm contato com este mal. Vale ressaltar que quanto mais fácil for o acesso, maior será também o consumo e, consequentemente, a facilidade em transformar a vida da pessoa numa absoluta dependência, gerando mais violência e crimes.
Finalizo, reiterando que a hora é de que todas as classes sociais, especialmente os agentes políticos, ajam para combater a pluralização do crack. Registro, aqui, uma parte da música do rapper Mv Bill, chamada de "O Bonde não Pára!", parte está esplanada por dirigentes da Cufa Sinop, que tanto lutam para combater este mal em nossa sociedade. "Vamos junto que a caminhada é longa, o bonde não Pára"!
NILSON LEITÃO foi prefeito de Sinop por oito anos, é presidente do PSDB de Sinop, membro da executiva estadual e candidato a deputado Federal.